Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Budapeste: a Igreja Matias e o Bastião dos Pescadores avistados da Ponte da Liberdade
A gastronomia húngara é caracterizada essencialmente pela paprica (pimentão), que encontramos à venda em vários lugares, e pela carne. Pode ser encontrada fresca (pimentões húngaros), seca, em pó (pimentão) ou em massa. Apresenta-se numa grande variedade de aromas e de intensidade. Em rigor, são sete as categorias que podemos experimentar: (i) especial - é doce e muito suave; (ii) suave - pouco picante; (iii) delicada - levemente picante; (iv) doce - doce mas muito aromática; (v) semi-doce - meio picante; (vi) rosada - picante; e (vii) picante, ou seja, forte.
Por não ser banhada pelo mar, o peixe é usado na cozinha húngara com parcimónia, em comparação com Portugal, sendo o peixe do rio, como a carpa, aquele que mais se encontra. Num passado recente, tentou-se introduzir o bacalhau no mercado que, por ser um peixe seco, poderia ser facilmente vendido. No entanto, a falta de informação sobre a forma de o cozinhar invalidou esta iniciativa.
O meu prato de eleição é a sopa gulyás (goulash). Assim que regressei a Portugal, fiz um jantar com a minha amiga Sandra, companheira da primeira viagem, sob o signo da cozinha húngara, em que o principal objetivo era reproduzir a sopa que tínhamos comido em Budapeste. No Bairro do Castelo (Budai Vár), comprei dois livros excelentes sobre a cozinha húngara a um preço simpático. Foi do trabalho de György Hargitai intitulado Cozinha húngara, publicado pela Média Nova, que retirei esta receita.
Ingredientes:
600 g de carne de vaca da chã ou da pá
1 cebola encarnada grande
3 dentes de alho
4 colheres de sopa de azeite
1 colher de sopa de paprica doce
Sal q.b.
1/2 colher de chá de sementes de alcaravia (não encontrei, por isso usei sementes de papoila)
1/2 colher de chá pimenta rosa em grão
1 tomate
1 pimentão húngaro - usei o forte
2 cenouras médias
1 cherivia média
600 g de batatas
1 ramo de salsa
Para os pastelinhos:
1 ovo
1/2 chávena de farinha sem fermento
Sal q.b.
Preparação:
1. Corte a carne em cubos médios.
2. Limpe e corte a cebola e o alho. Saltei-os em azeite juntamente com a carne até a carne ficar branca e a cebola dourada.
3. Junte a paprica, cubra com um pouco de água, e tempere com sal, sementes de alcaravia e a pimenta rosa (pode esmagá-los no almofariz).
4. Adicione o tomate em cubos e o pimento húngaro cortado em rodelas ou em tiras.
5. Deixe cozinhar a carne em lume brando, tapada, aproximadamente uma hora e meia, até ficar tenra. Tenha o cuidado de verificar a água de vez em quando. Sempre que preciso, junte mais água quente para não atrasar a cozedura.
6. Entretanto, prepare os restantes legumes. Descasque as cenouras, a cherivia e as batatas em cubos ligeiramente maiores que os de carne.
7. Acrescente os vegetais à carne cozinhada e cubra com 1/4 de água ou a gosto.
8. Levante o lume até ferver. Reduza-o novamente e deixe apurar até estar pronto.
9. Faça os pastelinhos juntando o ovo e a farinha e tempere com sal. Faça bolas do tamanho de ervilhas e junte-as à sopa deixando a cozinhar por 2 ou 3 minutos.
10. Retifique os temperos e guarneça com salsa picada.
Justiça seja feita a esta sopa. Nos dias de inverno aquece-nos a alma e conforta-nos o estômago. Preciosos são os passos e cada minuto que está ao lume. É com ela que abraço e acarinho a cozinha húngara cá em casa.
Canção interpretada por Csilla com poema de Kányádi Sándor (Ballag már)
Pós-graduação do ano está de volta, olhando para trás, seguido por seu irmão mais novo vem, assobiando alegremente.
Recebendo o velho, e arcar com o ónus da tripulação para descolar, mas ainda apenas uma criança.
Andando em silêncio, e quando vem à meia-noite, um homem aperta a mão com uma história do futuro.
Bom apetite!
Sziá!