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Fui trabalhadora estudante. Nesse tempo era frequente ligar para a minha mãe durante um intervalo para saber o que era o jantar. Não porque a minha mãe fosse minha criada e eu mimada. Não. A razão tinha que ver com o conforto de ouvir a minha mãe falar do que tinha preparado para o jantar que, na maioria das vezes, era algo muito simples como uma sopa e algo mais. Aquele conforto era importante para mim. Principalmente nos dias de inverno em que desejava mais estar em casa do que na faculdade. Os dias eram muito longos e saber que me esperava um prato de sopa quente ajudava a ultrapassar esta angústia. Outras vezes, a minha mãe preparava-me algo tão simples como uma farinheira cozida com batatas e hortaliça. E como eu adorava.
Esta semana desejei resgatar estes sabores tão campestres e tão caseiros. Tinha uma alheira em casa e decidi utilizá-la na falta da farinheira. Descasquei umas batatas e arranjei uma couve lombarda. Piquei a alheira e coloquei tudo numa panela. A alheira emprestou o seu aroma e os seus sucos aos legumes, tornando tudo muito mais saboroso.
Como a alheira rebentou, o caldo ficou espesso. Não esmoreci. Pensei aproveitá-lo para fazer uma sopa, mas não era o que me apetecia. Decidi então fazer um arroz "malandrinho". Outro prato conforto. Assim, juntei ao caldo mais um pouco de água, uma chávena de arroz carolino, mais uma pitada de sal e deixei o arroz cozer, mexendo-o com alguma frequência. Ficou simples e maravilhoso acompanhado com um ovo estrelado e umas fatias de pão escuro.
E assim aproveitei um simples caldo de uma confecção que aparentemente não correu bem e transformei-o numa refeição deliciosa e muito caseira.
Bom apetite!