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O Natal, por aqui, foi marcado pela alegria possível. O ano que está prestes a findar não foi fácil. Fica marcado como um dos piores anos desta família. Já tivemos outros, é certo, mas os acontecimentos que marcaram o ano de 2012 foram inesperados e trágicos. Por isso, reunimo-nos envoltos na esperança de conseguirmos passar uma noite feliz, não tanto pelos adultos, mas pelas crianças que precisavam de um momento descontraído e alegre. Mais uma vez, a cada um coube a tarefa de cozinhar alguma coisa e até os petizes ajudaram.
Alguns enfeites de Natal foram feitos pela mana do meio e pela sobrinha mais velha. Reciclaram e deram nova vida a invólucros que, noutras ocasiões, teriam ido para o lixo. Inovaram, ao fazerem anjinhos, pais natal e pregadeiras que serviram para decorar as árvores de Natal e para ofertar a amigos e família. Ficaram lindos e fizeram sucesso. Ficamos à espera de mais novidades. :-)
Onde moro, ainda existe a tradição de se trocarem doces de Natal. As filhoses que vieram para a nossa mesa, foram-nos gentilmente ofertadas por uns vizinhos que têm raízes açorianas. Estavam absolutamente fantásticas. Creio que foram as melhores que comi até hoje. Em troca, ofereci um bolo igual a este. Trata-se de uma versão minha do famoso "Bolo da Consoada". Este é coberto com maçapão e geleia que, aqui, não usei. Alterei algumas quantidades e acrescentei os pinhões. Ficou muito bom e todos (vizinhos e familiares) gostaram, o que me deixou feliz.
INGREDIENTES
160 g de manteiga
260 g de açúcar
3 ovos
1 c. de sopa de mel
Raspa de 1 limão
1 c. de sopa de canela
160 g de farinha
1 c. de sopa de fermento
200 g de passas
100 g de frutas cristalizadas em pedaços
30 g de pinhões
Açúcar em pó q.b.
PREPARAÇÃO
É simples, delicioso e tem uma textura muito agardável. Não é fácil comer só uma fatia, mesmo na noite da Consoada em que a mesa se apresenta repleta de diversas tentações.
Bom apetite!
Bon appétit!
Jó étvágyat!
Que bos faga bun porbeito!
Não podia passar o Natal sem utilizar laranjas. É fundamental tê-las na mesa nesta época. Adoro o aroma fresco e cítrico que fica na cozinha quando as descasco e as uso num prato qualquer. São um bálsamo culinário.
Optei por fazer uma mousse que há muito desejava experimentar e adorei o resultado - uma sobremesa doce com um ligeiro travo ácido muito agradável. As raspas que se vão encontrando tornam-na ainda mais interessante.
INGREDIENTES
230 g de açúcar
8 gemas de ovo
4 claras de ovo
Sumo de 2 laranjas grandes
Raspa de 1/2 laranja
Água q.b.
PREPARAÇÃO
Bom apetite!
Bon appétit!
Jó étvágyat!
Que bos faga bun porbeito!
Há um ano atrás, recebia a notícia de que a minha amiga Mónica tinha dado à luz a pequena Cármen. Foram momentos de alegria e de angústia porque a bebé ainda ficou internada algum tempo. Felizmente, tudo correu bem e ontem tive o grande prazer de lhe oferecer o seu primeiro bolo de aniversário. Espero que seja o primeiro de muitos.
Este bolo foi feito em equipa. Desta vez, foi a minha irmã mais nova que me deu uma ajuda porque também ela tem grande apreço pela Mónica e por isso não podia deixar de participar. Assim, o bolo - um pão-de-ló de chocolate com recheio de doce de leite - ficou a seu cargo e a decoração foi feita por mim. Espero que tenham gostado de tudo. :-)
Boas Festas!
A vida é um instante, dizia Óscar Niemeyer. A vida é um instante, murmuro, na certeza de que esta verdade tão absoluta nos escapa na correria dos dias. A vida é um instante, reforço, tentando gravá-la na minha mente. A vida é um instante que deve ser aproveitada com alegria e serenidade entre pratos coloridos partilhados com amigos e família.
O Natal proporciona a magia destes momentos mais do que outra época do ano. Neste colorido natalício, talvez seja bom reforçar esta ideia de que o que importa é a vida. Em última instância, o que importa são as pessoas e os momentos bem vividos. O melhor que damos e recebemos vai e vem daqueles a quem nos dedicamos por amor ou por amizade e a cozinha é o livro mágico onde tudo isto acontece.
INGREDIENTES
(Serve 2)
4 peitos de frango
1 queijo de cabra
50 g de coentros
50 ml de vinho do Porto branco ou moscatel
250 g de framboesas
Sumo de 1/2 limão
2 c. de sopa de azeite
1 c. de sopa de manteiga
Sal q.b.
Pimenta q.b.
PREPARAÇÃO
As framboesas tinham como destino um bolo de chocolate, mas no meu subconsciente estava gravada a vontade de experimentar uma receita deste livro. O resultado acabou por ser a fusão de várias receitas que resultou bem.
O frango fica delicioso e o molho de framboesa confere-lhe efetivamente um toque muito especial. Sem este, seria apenas mais uma forma de cozinhar o frango.
Bom apetite!
Bon appétit!
Jó étvágyat!
Que bos faga bun porbeito!
O Natal está à porta e a vibração com os afazeres culinários começa a tomar conta de muitos lares. É a época da família, do convívio em torno da mesa e das tradições gastronómicas em ambiente de fraternidade, amizade e amor. Para mim, é isto que significa o Natal mas, também, o que caracteriza a culinária. Não consigo pensar em cozinha dissociada da amizade e do amor, ou seja, dos afetos.
As laranjas, ácidas, ainda, caem diariamente da laranjeira plantada no quintal que, carregada, não aguenta todos os seus frutos. Não resisti ao seu perfume fresco e decidi adocicar o meu domingo com um bolo de laranja húmido, fofo, fresco e absolutamente delicioso.
INGREDIENTES
250 g de manteiga sem sal
250 g de açúcar
4 ovos
Tiras finas da casca de uma laranja + 1 c. de sopa de sumo
250 g de farinha fina
2 c. de chá de fermento
Manteiga e farinha para untar a forma ou gordura vegetal em spray
Para o glacé:
100 g de açúcar em pó
3 c. de sopa de sumo de laranja
PREPARAÇÃO
Este bolo, para além de saboroso e leve, é económico. O glacé lembra os dias frios de inverno. Pede para fazer parte da mesa de Natal.
Bom apetite!
Bon appétit!
Jó étvágyat!
Que bos faga bun porbeito!
Fotografia exposta no restaurante "Pedras Lavradas"
As Beiras designam um conjunto de três latitudes que servem de fronteira entre o Norte e o Sul de Portugal: a Beira Alta, a Beira Baixa e a Beira Litoral. A primeira, que alguns também designaram de Beira Transmontana, devido às semelhanças com a província que a delimita a Norte, tem um lugar especial no meu coração porque uma parte da minha ascendência partiu das faldas da Serra da Estrela e, tanto quanto possível, fui crescendo envolta em tradições, comidas e paisagens daquela região.
A Serra da Estrela, considerada em 1976 como parque nacional, é o marco supremo da Beira Alta e não apenas pela sua altitude. Caracterizada essencialmente pela pastorícia, o seu produto mais conhecido é o famoso Queijo da Serra, feito a partir do leite de ovelha retirado na primeira ordenha da manhã. Este é posteriormente adicionado à flor de cardo, previamente esmagada num almofariz e colocada numa panela de ferro. Depois de pronto, é enrolado num pano que será mudado todos os dias até o queijo estar curado. Para a sua qualidade contribuem, no processo artesanal, o frio e a humidade que caracterizam aquela região nos meses de Inverno. Para além deste, são também oriundos daquela região o pão de centeio e o aguardente de zimbro.
Parque Natural da Serra da Estrela: 1 - Pedras Lavradas; 2 e 5 - Aldeia de Aguincho; 3, 4 e 6 - Ribeira de Alvôco da Serra
Nem só de pastorícia vivem os beirões. As hortas ainda têm importância na subsistência da população local. Delas fazem parte as couves galega e portuguesa. A primeira, planta-se em dezembro ou janeiro, sendo que ao fim de dois ou três meses se poderão recolher as primeiras folhas. Existe durante o ano inteiro e pode ir até cinco anos. A sua folha é mais escura que a da couve portuguesa. Esta, planta-se antes do inverno para ser consumida durante essa estação, sendo que em fevereiro ou março começará a grelar dando início à confeção de outros pratos.
Neste regresso às origens, apeteceu-me um caldo tão beirão quanto singelo. Embora nada tenha de requintado ou de elaborado, este caldo é apreciado por todo o País e por quase todas as pessoas. Por mim, não o dispenso.
Caldo-verde
INGREDIENTES
750 g de batatas
250 g de couve galega cortada em caldo-verde
1 cebola média
5 colheres de sopa de azeite
Sal q.b.
Chouriço fatiado a gosto
PREPARAÇÃO
Descascar as batatas e a cebola e levá-las a cozer em água a ferver. Temperar com sal.
Depois de cozidas, reduzir a puré.
Deixar levantar novamente fervura e juntar a couve galega cortada em caldo-verde. Nessa altura, juntar o azeite.
Servir com uma rodela de chouriço e com broa de milho.
Se a couve for muito rija, antes de a colocar na panela, esfregá-la entre as mãos debaixo de água corrente para a amaciar ou escaldá-la em água a ferver.
Bom apetite!
Bon appétit!
Jó étvágyat!
Que bos faga bun porbeito!
Depois de uma correria hercúlea para chegar a Benfica, consegui o tão desejado autógrafo da Carina Costa, a melhor cake designer portuguesa e uma das melhores da Europa.
É uma verdadeira artista. A sua criatividade está plasmada nos seus dois livros. Dois trabalhos excelentes. Está ligada desde o início à única escola credenciada em Portugal pela Wilton (EUA) e pela PME (Reino Unido), a "Isto Faz-se". Esta escola desenvolveu uma pasta de açúcar diferente da usual pasta americana - a pasta portuguesa. É mais fácil de trabalhar, tanto na cobertura do bolo como na elaboração de figuras, e é duplamente mais barata, no sentido em que tem um custo efetivamente mais barato e pelo facto de se poder utilizar apenas um tipo de pasta para a cobertura e para a modelagem. Para além disso, é mais aromática. É a única pasta com que gosto de fazer bolos decorados e tenho imenso orgulho por ser portuguesa.
O livro "Meses Doces - Bolos para Celebrar" está cheio de sugestões, dicas, moldes e técnicas de modelagem e pintura fantásticas. Mesmo quem nada saiba sobre decoração de bolos, ficará com vontade de experimentar e verificará que, ao seguir o livro, esta arte afinal não é tão difícil. Fica o aviso de que é viciante e excelente para o desenvolvimento da criatividade. Esta época é ótima para dar-mos asas à nossa imaginação e fazer um bolo diferente para colocar na mesa. Por isso, este é o "Livro do Mês" aqui no blogue (uma rubrica que estava parada mas que regressa agora).
A Carina incutiu-me o gosto pela decoração de bolos. O que inicialmente era apenas curiosidade, transformou-se em paixão durante o primeiro workshop que fiz com ela. O meu primeiro (e até agora único) Wonky Cake - o que está na fotografia de perfil deste blogue - foi feito durante esse workshop.
Fiquei encantada com a sua dedicatória. Revela bem o seu espírito. Senti-me inspirada e sorri ao ler aquelas palavras tão maravilhosas que, no fundo, se encaixam em cada um de nós. O sonho comanda a vida e basta tê-lo para que a vida seja mais sorridente e feliz.
"Sonha. Diverte-te e a magia acontece."
Bons sonhos com muita cor e magia!
O frio instalou-se, como deve ser nesta época do ano. Invoca momentos à lareira, no conforto do lar, em conversas amenas ou animadas com amigos a entrar pela porta, de sorrisos largos no rosto ou, num cenário mais individualista, um livro no colo, estendida no sofá com uma chávena de chá ou de chocolate quente na mão para acompanhar a leitura. É tempo de comidas caseiras cozinhadas no forno para aquecer a casa e confortar o estômago e a alma.
Sem rumo delineado, parti à procura de um prato que se colasse a um dos daqueles cenários. E, daqui e dali, fui encontrando os ingredientes para construir o meu jantar de inverno.
INGREDIENTES
(Serve 6)
1,50Kg de batatas brancas
500 g de espinafres congelados
150 grs de manteiga
1 alheira de porco
1 alheira de javali
1 dente de alho
1 c. de sopa de azeite
Pimenta q.b.
Sal q.b.
Flor de sal q.b.
1 ovo
Pão ralado
250 ml de leite
PREPARAÇÃO
Bom apetite!
Bon appétit!
Jó étvágyat!
Que bos faga bun porbeito!
A semana começou com uma festinha de aniversário. A minha sobrinha fez cinco aninhos. Segundo ela, ter cinco anos é muito importante porque já não é idade para fazer disparates. Agora é crescida! :-)) Por mim, espero que continue a fazer muitos disparates e que seja muito feliz.
Pediu um bolo com o Barney - para quem não conhece é uma figura do canal infantil Jim Jam. Assim, na sexta feira lá fui a correr comprar a pasta para fazer o bolo e aproveitei para conseguir um autógrafo da Carina Costa, a cake designer da "Isto Faz-se" e autora do livro "Meses Doces". No caminho, recebi um telefonema da aniversariante e, ao falar das cores do bolo, eu lá disse que ia comprar cor de rosa para fazer o Barney. A resposta saiu pronta:
- Tiaaaaa!!!! O Báney não é cô de rosa! É lilás, tia! Lilás!!
- Upsss!! :-) Ainda bem que falei contigo...
Quanto à obra final, feita a quatro mãos com a ajuda da minha irmã, a critica também se fez sentir.
- A fralda da Baby Bop não é branca, é amarela. Mas está bem... pode ser. Ficou bonito!
Ufa!!! :-D
Optámos pelo tradicional pão-de-ló de Coimbra sem recheio. Fica sempre bem e para os pequenos é o melhor.
Bom apetite!
Bon appétit!
Jó étvágyat!
Que bos faga bun porbeito!