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Hoje é domingo. É dia de feira nas Galinheiras. Antigamente, muitas manhãs de domingo eram destinadas para ir à feira comprar legumes. Hoje não recorro tanto a ela, mas, uma ou outra vez, gosto de passar por lá. O apelo da feira é algo que só quem as visita percebe. Passeia-se ao ar livre descontraídamente e num pequeno espaço encontra-se uma panóplia de artigos e de preços.
Mas o que realmente me faz ir à feira, num domingo de manhã, é a bancada das bifanas e os produtos hortícolas frescos. Atrevo-me a dizer que a melhor bifana é feita pela equipa do Claudino dos Couratos, ali mesmo na Feira das Galinheiras. Recordo ainda a primeira bancada de madeira e o fogão improvisado que o casal utilizava. Hoje, as várias sacas cheias de pão já cortado continuam a existir, mas o resto foi alterado atendendo às novas regras impostas para estes lugares. De cada vez que lá passo, fico admirada com a forma como aquela senhora mantém a fluidez da saída dos pedidos sem descurar a qualidade da confeção das bifanas ou dos couratos. São excelentes. É difícil comer apenas uma.
Aquela é a rua que visito sempre, pois, uns metros mais à frente da referida roulote, existe uma bancada que só tem legumes e frutos da época. Isso agrada-me. Os legumes não têm tamanhos exagerados e exalam um aroma próprio e fresco. Se se quiser um queijo especial ou artigos de fumeiro, aquele corredor é o ideal também.
O bacalhau, que não sendo nosso é o mais português dos peixes, também marca presença na melhor rua da feira. E o mesmo poderei dizer do pão, cuja bancada se situa logo à entrada como que a saudar quem chega. Ali se compra pão, com grande qualidade, que se faz de norte a sul do País. O sorriso e a gentileza dos que estão por detrás desta bancada deixam-me com vontade de regressar no domingo seguinte. Deixo a compra do pão sempre para o fim porque me deixa bem disposta e feliz.
A melhor hora para ir a esta feira é de manhã bem cedo, se se quiser escolher os produtos mais frescos, ou junto à hora do almoço, altura em que os feirantes fazem "promoções" excelentes, reduzindo os preços para escoar o produto que não vendem. Na minha última visita, trouxe dois molhos de espinafres pelo preço de um e, ainda assim, mais barato do que um molho comprado nas grandes superfícies.
Em tempos a feira esteve mais apagada. O pulsar dos feirantes e dos clientes não era o mesmo. Agora, parece querer renascer.
Os figos lembram-me sempre um episódio da minha infância em que subi a uma figueira alheia e por lá passei a tarde a comer figos ainda verdes. Tal qual castigo aplicado, o resultado não foi simpático, mas não me fez perder a gulosice que me assalta nesta época do ano.
Ontem, desejei imenso comer figos. Passei o dia a torcer para que os meus pais, que desceram a Lisboa, me trouxessem figos serranos.
Quando cheguei a casa, os meus olhos ficaram pregados na cesta de verga depositada num canto da cozinha. Animados, falavam-me de todos os outros frutos e legumes que compunham o sortido, mas eu só ouvia a palavra figos. E enquanto os tentava escutar, assaltava o pequeno cesto. :-)
Esta composição surgiu por acaso. São três ingredientes de que gosto bastante e que utilizo com frequência e, por isso, resolvi juntá-los e fazer uma entrada para o almoço que, noutra variante, poderá perfeitamente ser uma sobremesa.
Ingredientes:
(Serve dois)
Preparação:
Fica uma delícia! :-)
Bom apetite!
Bon appétit!
Jó étvágyat!
Que bos faga bun porbeito!
Um baile. Noite estrelada. Uma vista para o rio que murmura doces palavras à lua. Doces e genuínas, como esta sobremesa.
Ingredientes:
(para 6 a 8 fatias)
Preparação:
Esta é uma sobremesa fácil de fazer e que fica sempre bem. Pode usar-se manteiga ou azeite para pincelar as folhas da massa filo, sendo que este último deixa um sabor mais acentuado. Prefiro a manteiga.
A receita foi retirada do livro de György Hargitai intitulado Cozinha Húngara. Reduzi as quantidades para metade porquanto a receita original dá para 12 fatias.
Que iria ser coelho para o almoço, era ponto assente. Faltava definir como cozinhá-lo. Fomos para a cozinha, num daqueles raros momentos em que conseguimos estar as duas entre tachos e panelas, e deitámos mão ao trabalho. A inspiração chegou num molho de rebentos de carqueja que a minha mãe tinha na cozinha.
O resultado? Um bom momento de culinária caseira, de partilhas e de conversas de todos os dias num ambiente rural que nos transportou para a serenidade de outros dias e nos fez esquecer as correrias que a vida nos impõe.
Ingredientes:
Preparação:
Este coelho fica maravilhoso acompanhado com puré de batata ou de batatas cozidas e de legumes salteados. É um prato que sabe a lar e a campo. Traz com ele a paz que a cidade nos rouba.
Bom apetite!
Bon appétit!
Jó étvágyat!
Que bos faga bun porbeito!
O Verão chega. Corre. Não tem tempo para ficar. Guardam-se memórias boas num baú para mais tarde. O momento de retirá-las chega depressa. Risos. Conversas de ontem que preenchem o vazio de hoje. E de amanhã.
O Verão leva com ele, numa viagem sem regresso, quem connosco o planeou. Não é o mesmo de ontem. Mas os sabores, as texturas que se conheciam e as cores que não se viam e não se sabiam conhecer, ajudam a tornar mais viva a presença de quem falta num almoço de Domingo junto ao mar.
Ingredientes:
Preparação:
A erva-cidreira resulta muito bem nesta salada de frutas saudável e fresca. O seu sabor ligeiramente cítrico torna-a leve, deixando-a, ainda, ligeiramente aromatizada.
Bom apetite!
Bon appétit!
Jó étvágyat!
Que bos faga bun porbeito!